"Eu irei se você me pedir para
Vou ficar se você se atreve
E se eu for, eu estou ficando louco
Vou deixar minha querida me levar lá."
Gregory Alan Isakov - If I go, I'M going
Don era um vida boa. Perigoso, sedutor, elegante e o mais importante, sempre estava um passo à frente dos outros. Gostava de frenquentar um bar que era ponto de encontro de roqueiros da cidade. Descolado, Don conhecia todos e mesmo quando não conhecia, fingia conhecer. Sempre bem arrumado e perfumado encantava as garotas. Tocava violão como ninguém. Conhecia Filosofia e Poesia como poucos intelectuais. Mas o coração de Don não se apaixonava por ninguém. Até aquela fatídica madrugada quando três lindas moças adentraram aquele SALOON, sorridentes e embriagadas. Don se prendeu na loira da ponta esquerda que possuía longos, espessos e reluzentes cachos onde facilmente se destacaria em qualquer ambiente. A loira olhou com seus olhos verdes para o alto rapaz sentado numa cadeira de óculos ainda no rosto e um cigarro na mão. Don levantou seus óculos e encarou aqueles olhos que ele já sentia que era um espelho que refletia seus pecados. Don se apresentou oferecendo um Martini e perguntando o nome da mulher e ela disse com aquele sorriso lindo. - Karen - disse segurando o copo que lhe era dado. Don e Karen se conheceram, se aproximaram e contaram segredos um para o outro. Mas Don fora preso meses depois por ter agredido um policial abusado numa blitz perto do centro. Karen levou cigarros e carinho para Don durante os dois anos que ele cumpriu na prisão estadual. Porém, nada dura para sempre e esse era o dia que Don sairia em sua liberdade e recomeçar sua vida com sua Karen. Ao sair se depara com aquele sorriso e uma calça colada que deixava suas curvas à mostra e a libido do ex detendo em alta. Ela então disse: - entra no carro que tenho um presente pra você no banco de trás. - Quando Don se vira para onde Karen apontou, ele vê um conversível e volta a olhar para a loira que sorri maliciosamente. - Claro que é roubado. - Confessou ao entrar nele. Don se vira e vê um maço de cigarros e uma garrafa de vodka no banco de trás. Tudo que ele precisava. Seguem pela estrada. Querem viajar rumo ao interior, somente descansar e ficar à sós. Karen faz uma parada numa loja e volta com uma sacola cheia de dinheiro. Ela disse que eles precisariam de “grana” e entregou a arma e o dinheiro a Don. Ele somente a observava dirigindo enquanto sem perceber sorria lembrando-se do dia em que a conheceu naquele bar e somente agora entendia o porquê de ser ela. Disse ele tomando um trago da quente bebida russa: - Eh, com você não posso ser um homem bom e correto mesmo. Você me estraga. - Se não fosse eu, quem mais seria? – Ela responde sorrindo.