quarta-feira, 11 de março de 2009

O folk blues real


Chovia tanto naquela manhã que as gotas d’água faziam apenas uma leve lembrança de mais uma noite conturbada. Parada próxima à janela, ela apenas podia tomar seu café amargo e insuficiente para curar a sua dor. Lembranças de alguém tão distante que mesmo depois de tantos longos e chorosos anos, não pode esquecê-lo. A ferida ainda aberta, corre o veneno da saudade. Saudade que a gramática não pode traduzir. Saudade que ultimamente vem criando uma redoma de sentimentos complexos e duvidosos. “Será que valeu apena isso tudo?”. E por todos os dias de sua vida ela irá lembrar da carta que ele a deixou. Cada palavra, cada letra. O cheiro. E essa mesma chuva que caía naquele dia frio de outono.

Sei que tudo isso foi muito rápido, profundo e se você me conhecesse por mais um minuto saberia como é difícil pra eu escrever qualquer coisa. Quando você acordar eu não vou estar mais aqui. Sei também que eu fiz o meu melhor nesses nove dias loucos que nos ficamos no seu apartamento. Eu queria lhe dizer que se eu não ficar com você agora tenho a sensação que não nos veremos mais. O mundo é muito grande, sacana e cheio de reviravoltas. E as pessoas têm a mania de piscar, se distrair e perder o momento que podia ter mudado tudo. E não sei falar se você realmente deveria se arriscar em um salto no escuro pra poder gostar de mim, mas porra, você cheira bem, como um lar pra mim. E faz um café muito bom- se isso valer de alguma coisa-.
Me liga. Sempre seu...

4 comentários:

  1. Ainda de "Eu sei que vou te amar" ?

    Um texto inquietante...
    Falar de saudade inquieta. A saudade inquieta, tira o sono, a paz...
    Feliz quem sempre tem quem quer por perto.

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  2. Não são textos sobre amor, saudades ou essas coisas. Ambos são sobre as consequêncisas de decisões sobre o amor...

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